Meu relogio deve ter parado e eu posso nao ter precebido.
afinal nao tenho o costume de ficar olhando para ele em casa.
depois de alguns minutos, eu acho, a porta de madeira se abre, e uma mulher entra no comodo, ela é bonita mas parece nao dormir por muitos meses, pela aparencia eu diria que ela tem cerca de vinte e oito anos. Confesso que me espantei quando vi, pois esperava um senhor de oitenta e todos anos, mas hoje entendo o que ela queria.
"Você veio aqui escrever as minhas memórias ?" - ela disse friamente, como se estivesse sem paciência
"Sim, eu sou formada em jornalismo e acho que escrever é algo que sei fazer" - respondi com firmeza, afinal eu queria esse emprego temporário
"Jornalismo ?" - ela falou ironicamente
"Acho que esse ramo atrai essas coisas, também sou formada em jornalismo" - ela continuou em tom de sarcasmo
por um instante ela fica séria novamente, olha em meus olhos e diz:
"Você está vendo como eu estou ?"
"Se aceitar este emprego pode ficar pior, ou até louca"
Eu me assustei um pouco com esta história, mas como uma boa jornalista eu sou curiosa, e essas palavras prenderam a minha atenção então disse que ficaria com este emprego com certeza, se alguem aparecesse atrás dele eu aceitaria receber menos só para ouvir o que ela tem a dizer. Ficou combinado que eu devia voltar amanhã de manhã com meu laptop para começar o serviço.
Fui para casa dormir, estranhamente não lembro como fui embora e nem que havia saido tão tarde da entrevista, "Deve ser ansiedade" - pensei
Na manha seguinte fui para o meu primeiro dia de serviço...
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